“Abraão,
vosso pai, exultou por ver o Meu dia, e viu-o, e alegrou-se”. João 8:56.
Muitos
que se dizem cristãos nos dias de hoje, imaginam que os verdadeiros judeus do
passado acreditavam na salvação pela lei ou pelas obras da lei.
Por
acreditar nisso, defendem o erro de que a lei foi dada aos judeus, e por isso
não está mais em vigor.
Os
verdadeiros judeus aprenderam com Adão, que logo após o pecado, ao sacrificar
um cordeiro e vestir-se com sua pele, entendeu que a única maneira de ser
perdoado pelo pecado cometido (desobediência à lei dada no Éden), era aceitando
o sacrifício do cordeiro, e aceitar que a sua "pele", a justiça de
Cristo, fosse colocada sobre ele.
Em
cada filho que nascia, havia a esperança de que fosse o Messias prometido.
Abraão
não era diferente. Desejava ver o Salvador, e fazia as mais fervorosas orações
para que lhe fosse dada a alegria de ver o Messias antes de Sua morte.
E
viu a Cristo. Foi concedido a ele e em uma luz sobrenatural, reconheceu o divino
caráter de Cristo.
Viu
o Seu dia e alegrou-se. Lhe foi dada uma visão do sacrifício pelo pecado.
Desse
sacrifício tinha ele uma ilustração no que aconteceu com ele mesmo.
Foi
dada a ordem: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas,
e oferece-o em holocausto”. Gênesis 22:2.
Note
leitor(a), que Abraão tinha dois filhos. Ismael, o mais velho e Isaque, mas lhe
foi dito, toma o teu ÚNICO FILHO...por que?
Abraão
deveria pensar no significado deste termo, ÚNICO, pensando no porque lhe foi
dito o único, pois finalmente ao ser retirado o seu filho daquele altar com
vida, ele entenderia a lição de que O UNIGÊNITO, único gerado de Deus, seria o
único sacrifício aceito.
No
altar do sacrifício, colocou ele o filho da promessa, o filho em quem se
concentravam suas esperanças.
Então,
enquanto estava em pé, frente ao altar com a faca erguida para obedecer a Deus,
ouviu uma voz do Céu que dizia: “Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe
faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não Me negaste o teu filho,
o teu único”. Gênesis 22:12.
Ao
obedecer, foi mostrado a Abraão o resultado de todo aquele que aceita e entende
o sacrifício de Cristo. "AGORA SEI QUE TEMES A DEUS", lhe foi dito.
De
tudo o que se tem ouvido, o fim é: TEME A DEUS E GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS,
porque isto é o dever de todo o homem. Eclesiastes 12:13
Ao
fazer isso, Abraão PROVOU que sua fé era verdadeira.
Confiava
nos méritos do cordeiro e obedecia os mandamentos da lei de Deus.
Deus,
que não precisa ver provas, já que conhece o coração, dá este testemunho para
todas as gerações, que veriam que guardar a lei de Deus e obedecer a Ele, É O
RESULTADO natural da conversão, e que É A PROVA de que eu o temo.
Essa
terrível prova foi imposta a Abraão, para poder ver o dia de Cristo e
compreender o grande amor de Deus para com o mundo, tão grande que, para
erguê-lo da degradação, entregou Seu único Filho a uma morte tão vergonhosa.
Abraão
aprendeu de Deus a maior lição que já foi dada a um mortal.
Foi
atendida sua oração para ver Cristo antes de morrer.
Contemplou-O;
viu tudo que um mortal pode ver, e ao mesmo tempo subsistir.
Assim
como Moisés que queria ver a glória de Deus, lhe foi dito: Esconde-te no fundo
da ROCHA, e farei passar diante de tí toda minha bondade, ou dizer, esconde-te
em CRISTO (A ROCHA ETERNA) e poderás ver NELE, toda minha bondade, assim também
Abraão viu que em Cristo, o cordeiro prometido, o plano de Deus se cumpriria, e
pode ver a bondade deste Deus, em entregar seu Único Filho.
Fazendo
uma inteira entrega, habilitou-se a compreender a visão de Cristo, que lhe foi
dada.
Foi
mostrado que, ao dar Seu Filho unigênito para salvar os pecadores da ruína
eterna, Deus estava fazendo um sacrifício maior e mais admirável do que o homem
jamais poderia fazer.
A
experiência de Abraão respondia à pergunta: “Com que me apresentarei ao Senhor,
e me inclinarei ante o Deus altíssimo?
Virei
perante Ele com holocaustos? com bezerros de um ano? Agradar-Se-á o Senhor de
milhares de carneiros?
Darei
o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre pelo pecado da
minha alma?” Miquéias 6:6, 7.
Nas
palavras de Abraão: “Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto, meu
filho” (Gênesis 22:8), e na provisão feita por Deus de um sacrifício em lugar
de Isaque, ficou declarado que homem algum poderia fazer expiação por si mesmo.
O
sistema pagão de sacrifício era inaceitável a Deus.
Pai
nenhum devia oferecer o filho ou a filha por oferta do pecado.
Unicamente
o Filho de Deus pode tomar sobre Si a culpa do mundo.
Por
meio de seu próprio sofrimento, Abraão foi habilitado a contemplar a missão de
sacrifício do Salvador. Mas Israel não quis compreender aquilo que lhes era tão
desagradável ao coração orgulhoso.
As palavras de Cristo com referência a Abraão não tiveram para Seus ouvintes
nenhum significado profundo, mas para nós, a lição não pode ser perdida.
A
lição que Abraão aprendeu naquele dia de uma forma ainda mais clara, de que
somente pela graça de Cristo um homem pode salvar-se, deve falar ao coração de
todos aqueles que hoje pensam que um servo de Deus pudesse em algum momento
imaginar que os verdadeiros judeus acreditassem que alguém se poderia salvar
pela lei.
Esta
lição deve também calar fundo em todo verdadeiro cristão de hoje, para que
nunca mais imagine que Deus em algum momento houvesse feito um pacto ou
concerto com os judeus, baseado na lei, que os pudessem salvar.
Muitos
hoje que defendem a lei de Deus, como estando em vigor, fazem isso, diminuindo
o valor do sacrifício feito na cruz do calvário, e muitos que defendem a graça,
fazem-no diminuindo o valor da lei, no plano da redenção.
Ambos
estão equivocados, já que a lei não substitui o papel da graça (salvar o ser
humano) e a graça jamais substituirá o papel da lei (revelar o que é pecado e
levar o pecador a Cristo).